Feliz Ano Novo, queridas leitoras e queridos leitores!
Como todos os anos, acordamos no primeiro dia do ano e começamos a fazer novos planos. São tantas coisas que queremos realizar ainda, não é mesmo?
Como sabemos, o melhor é focar nas coisas mais importantes. Nada de fazer uma lista gigantesca de objetivos. Vamos viver cada dia com gratidão, esperança, mais amor e solidariedade.
Com esta pandemia aprendemos que
o mais importante é ter saúde,
podemos viver com muito menos,
é uma delícia poder abraçar e beijar as pessoas.
Para nos ajudar na tarefa de enxergar o que realmente é importante na vida, o grande escritor brasileiro, Carlos Drummond de Andrade, deixou-nos sua receita em forma de poesia. Vamos aproveitar para saber mais sobre ele com o vídeo que a TV-Cultura tem disponível no Youtube.
Língua, Cultura, Atualidade e Curiosidades para você!
Meu nome é Fábia Willems e apresento o tema de hoje:
„Poesia & Política brasileiras | Bolsonaro, Moro e Augusto dos Anjos – Versos íntimos„
Bolsonaro X Moro: „A mão que afaga é a mesma que apedreja“ – Foto: Screenshot – @linguaculturax –
Mais atual do que nunca estão os „Versos íntimos“ do poeta brasileiro Augusto do Anjos.
A decepção em relação aos relacionamentos interpessoais estão no foco de sua poesia. Uma leitura perfeita para Bolsonaro e Moro.
O soneto foi escrito em 1912 e está em Eu, o único livro lançado pelo autor quando tinha 28 anos.
Eu. Um pronome pessoal de primeira pessoa de duas vogais.
Eu, à direita. Eu, à esquerda. Eu, no centrão.
Tudo tem que girar em torno do eu! Você, ele, ela, nós, vós, vocês, eles, elas, prezadas senhoras e prezados senhores, não conjuga mais verbo. Não nesse governo. Quem manda é o „eu“.
„Eu falo, eu digo, eu mando!“ Quem conjugar o verbo na pessoa ou no tempo errado está fora. O modo está no presente, mas o tom é imperativo, podendo variar de positivo a negativo, dependendo do interesse do „eu“.
O que é formidável?
Quem é a pantera?
Quem é a quimera nesta poesia?
A quimera aqui é mostro, animal fantástico, devaneio, uma composição formada por elementos incongruentes, organismo constituído por tecidos ou grupos celulares com origem genética distinta ou peixe-rato mesmo?
Se a fera devorar o peixe, sobra o rato?
Será miserável a terra ou homem?
Qual homem?
De quem é a mão vil que afaga e apedreja?
Quem toma um fósoforo e acende o fogo?
Por que ingratidão?
Quem beija e quem escarra na boca do brasileiro?
Bolsonaro ou Moro?
No nome dos dois faltou „e“, faltou „u“.
Agora é por os pingos nos „is“ e ver quem vai conjugar os verbos com o „eu“ no planalto.
Por enquanto, sobrou desde sexta o tal „Perdeu, playboy!“.