Analfabetismo na Alemanha e no Brasil (Analphetismus in Deutschland und in Brasilien)

Analfabetismo na Alemanha (Analphabetismus in Deutschland)

Por: M. Fábia Paz V. Willems

Foto: alphagrund-projekt.de

O direito à Educação não é um direito para todos. Segundo a Unesco, 774 milhões da população adulta mundial é analfabeta, sendo quase dois terços mulheres. O número de crianças que frequentaram pelo menos até o 4° ano, mas têm grandes defasagem de aprendizagem é de 250 milhões.

Na Alemanha, o país mais populoso da União Europeia e um dos mais ricos do planeta, cerca de 7,5 milhões de pessoas são analfabetas ou analfabetas funcionais. Certamente, não conseguem guardar este segredo (Geheimnis) por um longo tempo .

Apesar de todas as crianças serem obrigadas por lei a frequentarem as escolas (Schulpflicht) e obterem a visita da polícia (die Polizei) em casa se faltarem à sala de aula, muitas pessoas ainda não sabem ler e/ou escrever o suficiente para solucionarem problemas simples do dia-a-dia depois de 9 anos na escola. Os chamados analfabetos funcionais (funktionäle/sekundäre Analphabeten) não conseguem por exemplo:

escrever uma lista de compras– controlar se uma nota fiscal está correta,
escrever uma carta– fazer uma simples palavras-cruzadas– ir ao oculista e ler as letras– consultar listas telefônicas ou as páginas amarelas,
entender o sentido das palavras em um texto,
ler instruções de produtos ou bulas de remédios ou
entender instruções ou um recado escrito por seus chefes.

Já em 1994 a „International Adult Literacy Survey“ (Studie: Grundqualifikationen von Erwachsenen) mostrou ao mundo uma triste realidade: 14.4% das pessoas com mais de 15 anos na Alemanha (país de grandes pensadores e poetas) não têm uma boa capacidade de leitura.

O governo alemão tem investido timidamente no ensino de adultos nos últimos anos para diminuir o número de analfabetos no país. Muitas instituições oferecem cursos de alfabetização, principalemente as Universidades Populares (Volkshochschulen).

Há poucos anos, o país resolveu investir mais em campanhas educativas para motivar os analfabetos a retornar aos bancos escolares e desenvolveu novas didáticas menos discriminatórias a quem tem problemas de aprendizagem.

No Brasil, o índice de analfabetismo está por volta de 13,2 milhões de pessoas. A maioria é de mulheres (6,3 milhões) e a região mais afetada é a nordeste.

Se você fala ou estuda alemão e quer saber mais sobre este tema ou queira comparar os dados alemães com os dados brasileiros, assista aos vídeos abaixo e leia os artigos sugeridos em „Fontes e sites interessantes“.

Estudo aponta 7,5 milhões de analfabetos funcionais na Alemanha – Em português