BRASIL: Intervenção Militar, Não! – Reflexões, lembranças de infância, dicas de documentários e vídeoaulas

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Por: M. Fábia P. V. Willems

 

Adultos e crianças pedindo intervenção Militar no Brasil. Será que estou no filme errado?

Sim, o Brasil está passando por uma grave crise econômica e política. A situação está insuportável! Mas será que desejar a volta da ditadura é a solução, minha gente?

A inflação piorou, a criminalidade aumentou, mais 14 milhões de pessoas estão desempregadas (IBGE, 1°trimestre 2017), novos casos de corrupção aparecem todos os dias. E agora? Como restabelecer a ordem no país?

Desemprego atinge 14 milhões de brasileiros, diz IBGE – SBT Brasil (31/05/17)

 

Ouço e vejo gente falando que o jeito é uma intervensão militar mesmo. Será?

 

Fiz uma volta ao passado para tentar entender o presente e lhes convido a fazer o mesmo também. Viajem comigo!

Quando meu irmãos e eu éramos pequenos, a ditadura regia o Brasil. Lembro-me muito bem

 

  • das crises econômicas que passamos,
  • de ver parentes e vizinhos desempregados,
  • de gente passando fome e ganhando menos de um salário mínimo,
  • que faltava dinheiro para comprar remédios e que a farmácia do bairro vendia medicamentos fiado para muita gente, servindo por vezes também como um tipo de posto de saúde,
  • dos hospitais lotados com adultos, idosos e crianças pelos corredores esperando horas pelo atendimento,
  • da falta de segurança e do medo que tínhamos de sair na rua, pois tinha bandidos violentando mulheres direto, assaltando trabalhadores e matando mães e pais, deixando crianças órfãos todos os dias – só que eles não eram os únicos, meu irmão!

A corrupção sempre existiu, só que tudo era abafado e varrido para debaixo do tapete. Não podemos nos deixar iludir que o Brasil era o paraíso durante os anos 60, 70, 80!

Naquela época, você vivia tudo isso e não podia reclamar do governo. Se ia para uma passeata, corria um grande risco. Você sumia! Poucos sobreviveram às torturas ou aos tiros que levava.

Pergunte ao seus avôs quantas vezes eles foram assaltados ou passaram dificultades financeiras.

Pergunte aos seus pais se tinha emprego para todo mundo e se não existia violência.

Tinha cadáveres de bandidos no meio das ruas do meu bairro quando eu era jovenzinha, mas tinha gente de bem morrendo também, gente que ousava falar o que pensava, trabalhadores.

A intervenção militar não resolveu nada, amigos!

Embora o país tivesse as portas abertas para os investimentos americanos, dos seus milhões de dólares, só os ricos sentiam o cheirinho em suas  mansões luxuosas do outro lado da cidade.

A escola onde eu estudava era pública e tinha ordem sim. Todas as manhãs formávamos fila para cantar o Hino Nacional e tinha aula de Educação e Cívica. Só que você era obrigado a fazer tudo que os outros queriam dentro e fora da escola, independente idade que tivesse!

Lembro-me muito bem da pobreza e da violência ao meu redor.

Lembro-me que a maioria das crianças que eu conhecia não recebia brinquedo no Natal nem peru na ceia.

Na minha classe tinham duas irmãs loirinhas que sumiam de tempos em tempos e, quando retornavam, estavam feridas. Elas choravam muito, enquanto  contavam sobre os maus tratos do próprio pai. Revoltante é que ninguém fazia nada, nem o professores.

Brasil afora, crianças de 10, 12 anos abandonavam a escola porque precisavam trabalhar. Ordem do pai! Era isso ou morrer de fome.

Era esta a vida da maioria das pessoas, amigos. A vida também era muito dura naqueles tempos para quem não  tinha nascido rico. Não se iludam!

Os militares só tentavam camuflar a pobreza e os acontecimentos, censurando a publicação do que não lhes convinha.

A Tv e os jornais eram deles! Sua liberdade de expressão era deles!

Se vivessem naquele tempo, não poderiam exprimir suas opiniões, como fazem hoje, nem gritar o „Fora Dilma!“ ou „Fora Temer!“. Era pau-de-arara e choque elétrico nas partes íntimas, violência sexual, órgãos decepados. Era dizer adeus à família. Era dizer adeus a suas crianças. Era sumir e nunca mais voltavar. Era hora de rezar.

Aula ditadura Militar no Brasil, Slideshare.net, Professora de História e Geografia

 

Vamos nos informar melhor sobre esse tempo aí, gente boa! Vamos assistir documentários e aulas de História sobre este período para só depois concluir se queremos mesmo um retorno ao passado.

Dói muito ver as pessoas se radicalizando. Não estou suportando ver minha gente pedindo esta barbárie de novo.

Vamos parar de brigas com amigos e parentes, divindo nossa gente em „direita“ e „esquerda“, como fizeram naquela época de chumbo. Ou você era capitalista ou era comunista. Se discordasse do governo, já era taxado de comunista e podia entrar para a lista negra.

Somos todos irmãos e um único povo!

Somente unidos venceremos!

 

 

Tem que haver alguma outra solução para o Brasil. Intervenção Militar, não!

 

Vamos recordar o passado para entender melhor o presente!

Aí vão alguns vídeos & documentários para vocês se informarem com as cabeças e os corações abertos.

Por favor! Nada de xingamentos!

Vamos respeitar o direito do próximo, mesmo quando a opinião dele é diferente da nossa! É conversando civilizadamente que a gente se entende!

PAZ A TODOS! QUE DEUS NOS ENCHA DE PAZ E NOS MOSTRE O CAMINHO A SER SEGUIDO!

 

DITADURA MILITAR NO BRASIL (1964-1985):

DICA DE LEITURA, VÍDEOAULAS & DOCUMENTÁRIOS

APRENDENDO COM O PASSADO!

DICAS DE LEITURA:

 

VÍDEOAULAS

 

Um vídeo NEUTRO com FATOS HISTÓRICOS & numa VERSÃO DIVERTIDA

Regime/Ditadura Militar – Youtube Canal Nostalgia

 

UMA VERSÃO MAIS SÉRIA – AULA DE HISTÓRIA (ENEM):

Youtube QG do Enem

 

MAIS UMA AULINHA BÁSICA DE HISTÓRIA:

Youtube – Aulalivre.net

 

DOCUMENTÁRIOS

 

O REGIME MILITAR – por Boris Fausto (06/07)

Youtube – VideosEducativos

Série narrada pelo historiador Bóris Fausto e que, por meio de documentos e imagens de arquivo, traça um panorama político, social e econômico do País, desde os tempos coloniais até os dias atuais. A série é composta, ainda, de entrevistas com algumas personalidades que ajudaram a escrever essa história.

 

DOCUMENTÁRIO SOBRE O BRASIL, ANOS 70,80 E 90

 

MEMÓRIAS DA DITADURA – CAMINHOS DA REPORTAGEM

Youtube – tvbrasil

Brasil, 1964. Os militares derrubam o presidente João Goulart e assumem o poder. Um golpe ensaiado por pelo menos dez anos. „Desde a década de 50, há a formação no país de uma articulação militar e civil que sucede a 2ª Guerra e que é anti-getulista, que tem a intenção de não permitir, de afastar, de atrasar a entrada do povo, das massas, na política“, afirma a integrante e ex-coordenadora da Comissão Nacional da Verdade, Rosa Maria Cardoso.

A ditadura se prolonga por 21 anos, mas ainda há muito a ser contado sobre esse período. O Caminhos da Reportagem lembra fatos que marcaram essa história e mostra como era o país antes e logo depois do golpe. Também investiga a resistência civil e a repressão na cidade e no campo. Militares que participaram dos órgãos de repressão fazem revelações sobre tortura e mortes de militantes. Pessoas que lutaram pela democracia contam das marcas do passado e do desejo de reparação.

As reformas de base propostas por Jango são aplaudidas pelos sindicatos e ligas camponesas, organizações que vinham ganhando força no início dos anos 60. Para Raphael Martinelli, ex-dirigente do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), as reformas „eram coisas que a sociedade estava pedindo. E o Jango estava acompanhando e cedendo democraticamente. Ninguém tinha a intenção de tomar o poder.“

As atitudes do presidente eram vistas como uma ameaça por uma parcela da sociedade.“Houve um clamor popular, da imprensa, da igreja, dos partidos políticos, exigindo que se desse um fim àquela situação anormal que o país vivia. Tínhamos centenas de greves por ano, a economia se descontrolando totalmente, justifica o general Bandeira, do exército.“

No mundo dividido pela Guerra Fria, os Estados Unidos tinham planos para blindar a América Latina contra o comunismo e deram suporte ao golpe militar no Brasil. „Hoje, 50 anos depois, esse é o grande triunfo de João Goulart: não ter resistido, não ter conduzido o país a uma guerra civil fratricida, com a quarta frota americana dentro da costa brasileira, com o governo americano pronto pra reconhecer o governo mineiro e se preparar para uma luta prolongada e inclusive a divisão territorial do nosso país“, afirma João Vicente Goulart, filho de Jango.

 

UMA MÚSICA PARA TERMINAR

 

Pra não dizer que não falei das flores – Geraldo Vandré (1968)